domingo, 15 de maio de 2016

O fim de uma leitura

Se você está lendo isso agora, é porque eu finalmente mudei de ideia quanto a deixar isso guardado em uma pasta de “Textos nada a ver” que tenho no meu Windows. No inicio eu realmente pensei que esse texto não teria nada a ver e que vocês realmente não entenderiam o que eu estou tentando passar aqui. Lembro que uma amiga uma vez me disse que adora o que eu escrevo, mas que muitas vezes, não entende. Tudo bem, muitas vezes eu também não entendo metade do que escrevo, eu simplesmente boto pra fora o que está engasgado, ou enganado em meu coração.

Como também penso que toda leitura é questão de momento, você não vai ler um texto sobre perda se o que você mais quer é ver se outras pessoas estão também tão felizes quanto você e também não vai fazer ao contrário, ler um texto sobre felicidade, sendo que o que você mais precisa é ver que não é a única que está a passar por isso.

Depois do que minha amiga disse, comecei a separar meus textos. Pastas especificas para cada assunto: Textos de amor, textos de aceitação, textos de relacionamentos, Listas, Cartas, Texto tristes, Texto de auto ajuda e texto que eu ainda não sabia sobre o que eram. Na verdade, esse texto deveria estar nessa ultima pasta, só que por insistência de sabe-se-lá-oque eu resolvi jogar ele no Facebook. Acho que era a minha consciência ou meu guia espiritual, sei lá, dizendo que outra pessoal tinha que ler isso.

Pois bem, o que eu estou a escrever é isso. As vezes nos sentimos perdidos, como se seguir a rotina da vida não fosse normal. Nascer, crescer, aprender, estudar, namorar, formar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, casar, trabalhar, trabalhar, ter uma família e trabalhar até não mais aguentar. Se bem que eu não me importaria de fazer isso sabendo que isso é mesmo o que quero. A questão é que se você não segue isso, você já é estranho. “O que? Você ganha para escrever livros?” “O que? Você só viaja? Como assim?” “Você só sabe dançar? E depois?” “Ok, então você vai viver a vida fazendo comida para os outros?” E o que que tem?

Desde quando crescer é ser igual? Ainda lembro-me muito bem o que certa professora disse sobre isso: “Crescer é mudar”. E apesar de todas as perguntas que vieram em seguida daquela frase, ela continuou falando. “Crescer é se descobrir, é quebrar a cara, aprender, duvidar, é seguir sozinha, crescer é sonhar.” E caramba, vocês não sabem como aquelas palavras me deixaram, de certa forma, aflita. Eu queria crescer, só que não sabia quando e como isso ia acontecer. Quando eu tinha 7 anos, imaginava que iria crescer com 10. Então quando eu tinha 10, perguntei para minha mãe se eu já era moça crescida, ela disse que sim. Só que depois, do nada ela falou de uma tal festa debutante e tive que esperar até meus 15 anos, nessa idade eu já achava que era mulher. Me comportava como gente que sabia de tudo e ditava regras para mim mesma.

Tempos atrás encontrei aquela minha professora na rua e perguntei sobre essa coisa de crescer, ressaltei o que ela disse em uma certa época na sala e ela ficou pasma pela compreensão ao pé da letra. Disse que crescer era tudo isso, mas que eu não tinha vivido nem metade. Perguntou se eu já me descobri, se já quebrei a cara, se já segui sozinha, se já vivi meus sonhos? E quer saber, a única coisa que fiz foi duvidar de mim e perguntar se eu já era a tal da moça crescida. Eu apressei demais meus passos e quis correr atrás de uma descoberta que sabe-se-lá-porque nunca me importei em realmente procurar.

Crescer é muito mais viver. Quando se vive, toda a descoberta, o choro, a duvida, o sonho e o aprendizado, vem junto. Quando se vive, você não precisa aprender para aonde está indo, você só tem que ir. Não tem que seguir uma regra de onde morar, como conseguir, por que ter, e fazer uma estatística enorme de possibilidades. Quando você cria expectativa em cima de tudo isso, ela apenas se transforma em uma perspectiva de longa data.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O minimalismo te fez perder a personalidade?

O minimalismo têm sido um assunto difícil de fugir. O que é bom, já que estamos muito preocupados com o rumo acelerado, ansioso e consumista da nossa sociedade atual. O grande problema é o fato do minimalismo como estética ter tomado conta do que consumimos. Fotos com fundos brancos e produtos fofinhos. Muitas vezes, os itens dessas fotos foram comprados com esse intuito: fotogenia. Ele nem é usado – fica guardado numa gaveta até compor a próxima foto.

E aí a gente para e se questiona: até que ponto isso faz parte da personalidade de alguém? As escolhas são algo que vem naturalmente ou são apenas reproduções de um modelo? O mesmo tem acontecido com layouts e com a moda. Já cansei de encontrar blogs por aí que copiaram o layout do Teoria. Já não aguento mais ver looks sem personalidade, CTRL + C e CTRL + V, de outros. Conseguimos ver nitidamente que algumas pessoas perderam a sua personalidade em nome de uma “tendência”.

Confesso que parte do motivo de ter parado de falar sobre armário-cápsula por aqui foi ver a dimensão errada que a técnica tomou. Um dia desses vi alguém comentar “adorei essa foto cápsula”, se referindo a uma foto limpa, branca. Gente, cápsula virou elogio, como assim, haha! Vocês já me viram falar por aqui sobre o cuidado com a técnica. Elas não precisam ser adotadas por todo mundo, não podem tomar conta da sua vida e não devem virar uma obsessão. Precisam ser leves, divertidas e te ajudar a encontrar a si mesma. Algumas pessoas simplesmente ignoram essa parte. Nunca é demais dizer: não necessariamente você vai se encontrar num look básico – e ainda bem! Cada uma de nós possui um estilo com o qual ficamos confortáveis. Ou seja, não tente se encaixar num modelo, crie o seu próprio!

O armário-cápsula é um bom ponto de partida caso você não veja nenhuma conexão entre as suas roupas e a sua vida. Se você está ok com tudo, não tem por que doar todas as suas roupas. Vai contra todo e qualquer conceito de consumo consciente comprar mil peças novas e básicas para montar um armário “mais a sua cara”. Ninguém tem armário perfeito e o estilo é algo que está em constante mudança. O que você usa muito hoje pode não servir para a sua vida daqui um ano. Então, muita calma nessa hora!

O que quero dizer é que o minimalismo não é para todo mundo. E ele não se resume a espaços brancos com destaques em preto – peloamor! No grupo do armário-cápsula no Facebook, fizemos uma pastinha com composições para “inspirar”, e 80% dos looks têm camisetas listradas. Eu tô pegando um bode muito grande de listras. Parece que é a única estampa que existe no mundo. E cada vez mais aparecem matérias de como padronizar suas fotos no Instagram e manter tudo organizado. Até entendo quando é perfil de marca ou portifólio, mas gente, não dá para padronizar a nossa vida, querer que ela se encaixe em uma estética.

Usar o Pinterest para se inspirar é diferente de querer copiar. Ele vai te ajudar a aumentar o seu repertório, ver maneiras diferentes de usar determinada peça, olhar para algum look com outros olhos e tornar suas possibilidades mais vastas. A graça está em interpretar essa nova informação ao seu próprio estilo, e não usar tudo exatamente como está. Estilo a gente descobre olhando para dentro. Como disse a Ana e a Ly num workshop maravilhoso que fui, você é a sua história. Você é as pessoas que te rodeiam. Você é tudo o que lê, ouve, faz, come, fala e gosta. É isso que mostra quem você é – e não fotos no Pinterest.

Tudo o que falo aqui nesse blog faz parte da minha vida, e nem tudo o que mostro aqui vai fazer sentido para você ou para qualquer outra pessoa, porque somos diferentes. Mas isso faz parte de viver – ver a experiência de outra pessoa, digerir e analisar se aquilo se encaixa na sua vida ou não e pronto. Por isso, vai ter conta no Instagram bagunçada sim, azulejos bregas na cozinha, roupa de cama amassada e cabelo com frizz, porque somos humanas, todas trabalhadas na realidade.

Esse post tem o objetivo de não só alertar outras pessoas como também servir de aviso para mim mesma. É sempre bom questionar as nossas próprias escolhas, rever as nossas referências. Já não aguento mais ver fotos no Instagram que são idênticas umas às outras. Já não aguento mais ver blogs com o mesmo layout. Isso não me conta mais nada sobre os donos dos perfis. E vocês? O que acham disso tudo?